As empresas gastam em média no Brasil, entre 1% e 5% do seu faturamento com seguros. E mesmo assim, podem ficar 100% expostas a riscos por conta do desencontro entre a Gestão de Risco (GR) e Gestão de Seguros (GS).
A Gestão de Riscos possui diversas definições e terminologias. De modo geral, trata-se de um conjunto de atividades coordenadas, com o objetivo de gerenciar, prevenir, controlar, e mitigar potenciais riscos internos e ameaças externas que prejudiquem uma organização, e principalmente a continuidade do negócio.
Todas essas atividades, são elaboradas por um processo estratégico de previsibilidade dos riscos, e sequencialmente desdobradas em políticas e práticas em todos os setores da organização com o objetivo de prevenção e controle. Pois envolvem além de riscos operacionais e financeiros, questões de responsabilidades éticas, legais, ambientais, cibernéticas e pessoais, quando consideramos também os colaboradores, sócios e investidores.
Alguns exemplos de riscos inerentes ao negócio:
As práticas mais comuns de GR conhecidas são a Governança Corporativa e o Compliance. A Gestão Corporativa, de forma resumida, determina as práticas e relações entre as pessoas que tomam decisão pela empresa (de sócios a gestores) para garantir transparência, equidade de expectativas, prestação de contas e responsabilidade organizacional. Já o Compliance é o conjunto de políticas e regras disciplinares que abrange todas as atividades da organização, e de seus colaboradores.
Algumas indústrias e empresas de serviço que possuem um alto rigor regulatório ou grandes impactos de riscos operacionais, como hospitais e indústrias siderúrgicas por exemplo, adotam Políticas de Gestão de Risco Corporativo (ERMs) que incluem certificações de conformidade com padrões internacionais (ISO 31000:2009) e o cumprimento de normas regulamentadoras (NRs).
No entanto, embora muitas organizações possuam boas políticas de GR, seja para identificação, mensuração, monitoramento ou resposta a riscos; pouquíssimas empresas possuem ou aplicam sua Gestão de Riscos na Gestão de Seguros de forma eficiente. E a cobertura securitária é um dos principais recursos financeiros para a continuidade dos negócios durante um incidente de risco. Isso ocorre, porque geralmente:
1) o processo de contratação de seguros fica restrito a decisões financeiras, muitas vezes distante do entendimento estratégico e operacional do negócio; e
2) as empresas não possuem de forma organizada controles e processos para mapear riscos corporativos, elaborar apólices aderentes à GR, e contratar seguros com mais segurança.
A Oeste Seguros preparou esta matéria para você empresário ou executivo, conhecer como grandes empresas fazem na prática este processo de GS. A seguir, iremos apresentar os pilares de gestão de riscos corporativos, como mapear os diferentes tipos de riscos, dicas para elaborar propostas mais eficientes e boas práticas para escolher bons parceiros seguradores.
Existem praticamente três grupos de riscos corporativos: os que dizem respeito a danos causados nos bens da empresa, causados a sócios e colaboradores; e por fim os riscos decorrentes das responsabilidades da organização perante terceiros. Dessa forma, classificamos estes como riscos elementares, riscos de pessoas e riscos de responsabilidades.
São todos os riscos que causam danos materiais e financeiros aos bens e ativos do seu negócio, como propriedades (prédios e instalações), frotas, maquinários, equipamentos e estoque. Geralmente estes bens ficam expostos à acidentes, incêndio, danos elétricos, roubo e eventos climáticos.
No caso de indústrias por exemplo, o risco de um acidente em uma planta fabril, que interrompa a produção em 30 dias, pode determinar a sobrevivência do negócio; visto que o mercado dificilmente deixará de comprar de outros fornecedores, para atender o consumidor durante este período.
Já para empresas de comércio ou serviços, os prejuízos pela perda de estoque, ou danos em equipamentos, podem causar o mesmo efeito. As chuvas torrenciais que atingiram drasticamente algumas regiões do país, causando enchentes, desmoronamentos e danos elétricos; são exemplos de como estes riscos são relevantes, e quanto a proteção patrimonial é estratégica minimizar problemas decorrentes de sinistros (incidentes que causam prejuízo).
São todos os riscos que causam danos materiais e corporais às pessoas que compõe o quadro societário ou trabalham na organização. E geralmente ocorrem em casos de acidente, ou por situações naturais, como doenças e problemas de saúde; que ocasionam morte, invalidez, afastamento, absenteísmo ou problemas pessoais.
Embora as obrigações legais da empresa sejam trabalhistas e sindicais, os riscos pessoais são cada vez mais relevantes, pois impactam diretamente no absenteísmo e na retenção de talentos. Os profissionais querem trabalhar em organizações que valorizam e cuidam da sua saúde financeira e psicológica, além das condições físicas. E oferecer benefícios que ajudam a mitigar esse risco, além de ser mais atrativo e evitar prejuízos, melhoram a produtividade e engajamento.
São todos os riscos que causam danos materiais, corporais, financeiros e morais a terceiros por culpa involuntária do segurado. Terceiros são considerados toda empresa ou pessoa que não faça parte do quadro societário, ou de colaboração e prestação de serviço das organizações.
Os eventos de responsabilidade civil (RC) podem ocorrer tanto como incidentes causados durante o funcionamento das operações empresariais (fabricação, atendimento, prestação de serviço, eventos), como em incidentes digitais, que são cada vez mais frequentes. E podem ser também causados por situações solidária passiva, onde a organização é corresponsável pelo dano, como por exemplo, danos causados por terceiros contratados pela empresa para a prestação de serviços.
Outro agravante importante da RC é que nem sempre a queixa do terceiro ocorre próximo à data do evento que causou o prejuízo. Muitas vezes levam dias ou meses para a empresa ficar ciente ou ser notificada, como em casos de erros profissionais ou danos ambientais. E como o seguro não possui uma data retroativa de cobertura, a empresa fica descoberta. É muito comum recebermos consultas de empresas que pedem socorro, por prejuízos retroativos, principalmente em questões de vazamentos de dados que estão mais frequentes, devido a invasões sistêmicas e falhas que causam eventos de segurança da informação.
Por fim, também vale pontuar que dentre os riscos de responsabilidade, estão o risco patrimonial dos sócios e executivos, assim como as multas e responsabilizações individuais por erros e omissões organizacionais. Esses riscos também podem ser mapeados e endereçados para a GS.
O mapeamento de riscos para a Gestão de Seguros pode ser feito em conjunto com outras práticas de GR. Porém, nem sempre existem processos claros e controles definidos na empresa para isso, ao menos para apólices de seguro. Geralmente as contratações de seguros são geridas pela diretoria financeira e compras, mas recomendamos sempre o envolvimento das demais áreas para garantir um mapeamento coerente dos riscos, que será fundamental para a elaboração de uma proposta de seguros com coberturas aderentes.
A seguir, apresentaremos conceitos importantes e dicas para um mapeamento de risco adequado.
O mapeamento de riscos elementares se inicia com o levantamento dos valores e ativos patrimoniais da empresa. O primeiro passo é o levantamento do que chamamos em seguros de inventário dos Locais de Risco, Frotas e Equipamentos Segurados.
O primeiro é destinado a ativos prediais e o conteúdo do seu interior, como escritórios, lojas comerciais, prédios industriais ou comerciais, e plantas industriais. O segundo são os inventários de automóveis, caminhões e equipamentos para seguros de frotas.
Parece algo simples, mas poucas empresas possuem um inventário de locais de risco formatados corretamente para uma fácil contratação de seguros. São pequenos detalhes que fazem toda a diferença na hora de uma indenização.
Cada local de risco representa um prédio com endereço específico, e uma atividade principal realizada pela empresa. Embora para Receita Federal sempre seja considerado como atividade principal da pessoa jurídica seu CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), cada seguradora possui um critério específico de enquadramento de risco, que pode levar em consideração a atividade de maior risco.
Informações relevantes de um inventário de local de risco:
Um exemplo prático: um ateliê que produz roupas no fundo de um prédio, e vende suas confecções na parte frontal do mesmo local de risco. Certamente devido ao risco de estoque de tecidos, esse prédio seria enquadrado como fábrica de confecção e não loja, cujo risco é maior.
Em seguida, além das informações do local, é necessário determinar o Valor em Risco Declarado (VR) para cada um dos locais.
O valor em risco declarado é “o valor total de reposição dos bens segurados imediatamente antes da ocorrência do sinistro”, segundo o segurês da superintendência de seguros privados (SUSEP). De uma forma mais simples, trata-se do conjunto total do patrimônio segurado, incluindo ativos como prédios, maquinários, sejam de propriedade da empresa, ou locados ou arrendados para cumprir as atividades da empresa.
Ele se divide em três grandes grupos:
Prédio: trata-se do valore monetário de reconstrução do prédio, e não seu valor comercial. Isso porque em uma indenização integral, não é considerado os valores do terreno, da fundação, nem o valor comercial de venda do imóvel.
Máquinas, Móveis e Utensílios: trata-se da somatória de todos os ativos/itens que constam no interior do local de risco, seja em ambiente fechado ou aberto. São considerados aqui infraestrutura de tecnologia, máquinas, geradores, equipamentos fixos e móveis, eletrônicos, eletrodomésticos, aparelhos, enfim. A melhor referência é sempre seguir o inventário contábil, aplicar depreciação, e também guardar notas fiscais dos itens novos.
Mercadorias e Matéria Prima: composto pelo valor médio ou máximo de giro de estoques ou das matérias primas utilizadas nas atividades da empresa. É importante ter um controle efetivo dessas informações para comprovações em caso de sinistro.
O total do valor em risco declarado é fundamental para o cálculo de indenizações. Caso exista uma divergência relevante (maior que 20%) entre o que foi informado na contratação, e apurado posteriormente pela seguradora após o sinistro, pode ser utilizado em algumas modalidades de apólices para uma cláusula de rateio. Ou seja, a seguradora não paga a indenização real, e sim a diferença proporcional sobre o que foi informado. Se o cliente informar apenas 50% do VR, ele receberá apenas 50% da indenização devida.
Por isso é muito importante planilhar essas informações corretamente. Caso você esteja interessado em aprender como fazer isso, fale agora com nossos consultores, e solicite uma consultoria. A Oeste Seguros avalia sua apólice, seu patrimônio, e ajuda você a customizar sua apólice. Você pode economizar muito dinheiro com isso, seja na contratação, ou na hora de acionar seu seguro.
Além do seguro de frota de automóveis e caminhões, algumas empresas possuem também diversos equipamentos valiosos. Sejam equipamentos pesados como na construção civil e no agronegócio (guindastes e tratores), ou leves como na área médica e de serviços (aparelhos médicos, estéticos, fotográficos, super computadores).
Inventariar esses equipamentos, além de facilitar o controle organizacional, permite criar orçamentos coletivos de seguros, que podem reduzir o custo individual do risco de cada item. Para isso é importante se atentar às informações básicas de cada um para compor o inventário:
Os riscos operacionais envolvem todas as atividades e processos da empresa dentro da cadeia de produção no caso das indústrias, ou na chamada jornada do cliente em casos de comércio ou serviços. Esse mapeamento é importante para entender quais os recursos utilizados em cada etapa (pessoas, equipamentos, processos), e entender pontos críticos na operação que um risco interno ou externo poderia causar um dano direto ou indireto.
Exemplo prático: uma produção industrial envolve entrada, armazenamento e preparo de matéria prima, produção do bem industrializado, estocagem, comercialização, expedição, transporte e entrega. Cada etapa, possui riscos internos e externos importantes que devem ser considerados para uma cobertura securitária. Alguns deles são:
Este exercício é importante para avaliar a aderência das coberturas securitárias com os pontos críticos que podem causar prejuízos à operação, e exigir uma agilidade para serem reparados ou solucionados com devida urgência, garantindo a continuidade do negócio.
Os riscos de meio ambiente às atividades organizacionais são comuns a qualquer negócio. Basicamente tratam-se de riscos externos, forças da natureza, que podem causar danos às operações ou patrimônio empresarial: raios, ventos fortes ou vendavais, seca e granizo em caso do agronegócio, chuvas fortes e enchentes.
Alguns desses riscos são exclusos de cobertura securitária, ou são disponibilizados como coberturas adicionais. E por isso, merecem uma atenção por parte dos gestores de contratação de seguros dentro da empresa, para mapear e avaliar corretamente os riscos e coberturas que adequados às necessidades da empresa.
Além disso, algumas atividades organizacionais podem gerar algum impacto ao meio ambiente. Esses riscos também devem ser considerados neste mapeamento, pois geram responsabilidades à organização, caso ocorram incidentes que gerem prejuízos ambientais.
Cuidar das pessoas que colaboram com a empresa é fundamental, e mapear os riscos pessoais vão além dos comuns à todas as empresas:
Doenças físicas, psicológicas, problemas financeiros ou familiares também podem aumentar absenteísmo através do afastamento, como também diminuir a qualidade, produtividade e engajamento do colaborador ou sócio.
Por isso é importante a empresa entender e mapear esses riscos adicionais junto à área de recursos humanos para elaborar propostas de seguro, planos de saúde, e outros benefícios que caibam dentro das despesas organizacionais, e geram impacto positivo tanto para o negócio, quanto na vida das pessoas.
Mapear riscos de responsabilidades, requer uma análise importante sobre a operação do negócio (item B), mas também sobre todos os parceiros (stakeholders) e clientes da empresa. A área jurídica pode oferecer uma importante contribuição nesse sentido, assim como os consultores da Oeste Seguros.
Alguns riscos comuns de responsabilidades:
Agora que você domina os pilares
da gestão de risco em seguros, e também como mapear riscos corporativos, é
importante entender alguns conceitos importantes sobre como construir apólices
de seguro com coberturas aderentes aos riscos que a organização possui.
Existem diversos produtos de seguro para cobrir seus riscos corporativos. Em nosso site, você encontrará detalhes sobre os Produtos Empresariais, e solicitar um orçamento grátis para comparar preço, e conhecer nosso atendimento que envolve uma consultoria pré e pós-contratação do seguro.
Produtos empresarial:
Além de identificar o produto que atenda às necessidades do seu negócio e a realidade do seu bolso, é importante também verificar alguns pontos importantes:
- Produtos com coberturas abrangentes: alguns produtos como o seguro patrimonial, que visa cobrir os riscos elementares, mais especificamente os locais de risco e seu conteúdo; possuem coberturas abrangentes que vão de incêndio à responsabilidade civil trabalhista. Essa é uma forma de facilitar a contratação do seguro de pequenas e médias empresas (PMEs), que em uma única apólice conseguem atender todos os riscos que possui. Porém, caso sua empresa seja de médio ou grande porte, ou determinada cobertura seja crítica para o seu negócio, como em casos de Responsabilidade Civil Profissional ou riscos trabalhistas, vale a pena contratar produtos específicos para estes casos.
- Correto enquadramento ou adequação dos riscos: como já mencionado anteriormente, existem casos que são determinantes para garantir a cobertura do Seguros. Caso a atividade realizada no local de risco seja divergente da declarada na apólice, não possua um item protecional exigido nas condições gerais, ou a empresa receba alguma orientação de adequação e não cumpra dentro do prazo determinado, a seguradora pode recusar um sinistro. Dessa forma, é fundamental conferir sempre as descrições contidas nas propostas, nas condições gerais antes da contratação. E após a contratação, informar o corretor e seguradora sobre toda e qualquer alteração nos riscos. Sejam bens (seguros patrimoniais), entrada ou saída de colaboradores (seguro de vida), ou incidentes que podem causar responsabilidades.
Se você ou sua empresa ficarem com dúvidas sobre como fazer escolha ou adequações de produto, fale com os consultores da Oeste Seguros.
Trata-se de estabelecer regras ou padrões de coberturas e limites de franquia para as coberturas do seguro. Embora pareça simples, esse ponto exige conhecimento técnico, e deve ser feito em conjunto com o corretor de seguros, e áreas especialistas no risco em discussão no mínimo anualmente, para acompanhar a evolução do negócio. Alguns pontos devem ser levados em consideração:
Probabilidade de ocorrer um incidente que cause prejuízo (sinistro): eventos com maior chance de gerar dano geralmente são mais caros, como também devem estar mais bem ajustados. Coberturas de roubo, vendaval e dano elétrico, por exemplo, tendem a ser as mais caras para produtos patrimoniais e de transporte.
Abrangência do dano: qual o risco de um incêndio danificar todo seu patrimônio? Qual o risco de seus veículos colidirem ao mesmo tempo? Quais as chances de um acidente de trabalho, causar uma morte ou invalidez total, considerando as atividades dos seus colaboradores? Essas respostas variam conforme as características do risco e dos possíveis eventos. Por isso, nem sempre vale a pena cobrir 100% do valor em risco declarado. Da mesma forma que você pode dobrar o valor de cobertura do seguro de vida para pessoas com profissões de risco.
Avaliar danos diretos e indiretos: uma chuva forte ou vendaval pode causar poucos danos diretos a um prédio, mas indiretamente pode estragar um estoque ou destruir sua rede elétrica. Por isso é importante calcular danos diretos e indiretos no momento da definição de coberturas.
Regras claras para benefícios: quanto vale uma vida? Nem sempre é uma resposta fácil, e ter regras claras para definir os valores de seguros de vida, coberturas de planos de saúde, ou outros benefícios é muito importante. Nossos consultores ajudam as empresas a estabelecer essas regras, para ter uma política aderente à toda sua hierarquia organizacional.